O retorno de Marina à clínica foi como a volta de um soldado do front. Lara a abraçou com uma força que quase a derrubou, um misto de alívio, gratidão e uma culpa avassaladora. Gabriel, por sua vez, ofereceu seu próprio tipo de elogio.
— Você foi perfeita — ele disse, a voz baixa e séria, enquanto lhe entregava um copo de água. — Firme, controlada. Não demonstrou medo. Você o forçou a te levar a sério.
— Eu estava apavorada — confessou Marina, as mãos ainda tremendo ao pegar o copo. — Aquele homem... o Dr. Monteiro... ele não olha para você, ele te disseca. Cada palavra parecia um teste.
— E era — confirmou Gabriel, puxando uma cadeira para que ela se sentasse. — Leônidas Tavares não chegou onde está sendo descuidado. Ele está nos testando. Quer saber se somos profissionais ou amadores. Quer saber se temos o controle da situação.
Eles se reuniram na pequena sala de espera, que se tornara o centro nervoso de sua operação. Lara, sentada ao lado de Marina, segurava a mão da amiga com for