O mundo de Lara havia se tornado um túnel de som e movimento. O som agudo dos alarmes de incêndio, os gritos abafados que ficavam para trás, e o ritmo constante das botas de Gabriel no concreto da escada de serviço. Ele não a segurava com delicadeza; seu aperto era de uma urgência brutal, a mão firme em seu pulso, puxando-a para a escuridão. Cada lance de escada era uma descida para um novo nível de pesadelo.
Ela tropeçava, o vestido de seda rasgado, os sapatos elegantes inúteis para a fuga. Mas ele a segurava, seu corpo agindo como um escudo, sempre se posicionando entre ela e qualquer perigo potencial. Chegaram ao estacionamento subterrâneo. O ar era frio e cheirava a gasolina e concreto úmido. O silêncio aqui era ainda mais assustador do que o barulho lá de cima.
— Para onde... — ela tentou perguntar, a voz um fiapo.
— Cale a boca e corra — ele ordenou, a voz baixa e sem emoção, os olhos varrendo as fileiras de carros estacionados.
Ele parou ao lado de um sedã comum, um carro que p