O som metálico da pistola de Gabriel deslizando pelo mármore foi como a batida final de um martelo em um leilão, selando seu destino. Kael sorriu, um repuxar de lábios feio e triunfante que não alcançou seus olhos de predador. Ele apertou mais o braço em volta de Lara, o cano da arma ainda pressionado contra a cabeça dela.
— Menino inteligente — sibilou Kael, o sotaque francês carregado de escárnio. — Agora a faca na sua bota. Chute-a para cá. Sem gracinhas.
Gabriel obedeceu, o movimento lento e deliberado, cada fibra de seu ser gritando em protesto. Ele era um lobo que acabara de arrancar os próprios dentes. Seus olhos não saíam de Lara. Viu o terror absoluto nela, mas também uma faísca de confusão enquanto ela o encarava. Quem era ele? O que estava acontecendo? As perguntas queimavam nos olhos dela.
— Olha só para você. O grande fantasma, de joelhos por causa de uma garota — continuou Kael, saboreando o momento. Ele parecia estar falando mais para si mesmo do que para Gabriel. — O c