A chuva começou pouco antes do anoitecer.
Daquelas que não avisam — simplesmente caem com intensidade, como se o céu tivesse decidido finalmente desabar.
Eu assistia pela janela do meu apartamento, tentando entender por que tudo dentro de mim parecia tão parecido com o lado de fora: caótico, pesado, inevitável.
Minhas mãos estavam frias.
Minha mente, um labirinto.
E meu coração… uma ameaça constante.
O celular vibrava desde a tarde. Mensagens não lidas de Kael. De Leon. De mim mesma — rascunhos que eu escrevia, apagava, escrevia de novo.
Cada palavra parecia errada demais ou verdadeira demais.
Escolher.
Era essa a palavra que martelava na minha cabeça.
Às vezes eu me perguntava quando tudo tinha saído do controle.
Quando Kael deixou de ser um enigma irresistível e se tornou alguém que mexia com meu equilíbrio.
Quando Leon deixou de ser lembrança e se transformou em possibilidade.
Quando eu deixei de ser apenas… eu.
Uma batida na porta interrompeu o que se passava no meu