A manhã chegou depressa demais — e eu sinceramente não estava preparada para ela.
Passei a noite acordada, encarando o teto do meu quarto enquanto as palavras de Kael se repetiam como um eco inconveniente:
> “Eu não compartilho o que é meu.”
Eu deveria ter rido. Devia ter ignorado.
Mas não consegui.
Porque uma parte de mim — a parte que eu detestava admitir que existia — sentiu algo quando ele disse aquilo.
Ciúmes. Desejo. Raiva. Tudo misturado.
Quando finalmente saí para o escritório, eu sabia duas coisas:
1. Eu precisava manter distância.
2. Eu não tinha ideia de como fazer isso.
O elevador estava prestes a fechar quando uma mão impediu a porta. Eu nem precisei olhar. Eu já sabia.
Leon.
Ele entrou, se encostando de lado, observando meu rosto por alguns segundos antes de falar.
— Você parece exausta.
— Observador — murmurei, forçando um sorriso.
— Ou preocupado. — Ele respondeu, com a voz baixa demais para ignorar.
O elevador começou a subir e o silêncio entre nós ficou… mais carrega