Quando a queda é mais dolorosa que a verdade
ANDRÉ MARTINS ALBUQUERQUE
O andar executivo da Cassani’s parecia um campo de guerra. Telefones não paravam de tocar, secretárias corriam de um lado para o outro com pilhas de documentos, diretores se trancavam em salas para discutir o que ninguém conseguia resolver. Portas batiam em sequência, como se o próprio prédio respirasse em colapso.
Eu, caminhava pelo hall central tentando manter a compostura. Em meio ao caos, a calma era a minha armadura. Eu observava cada detalhe: os olhares desconfiados, os cochichos cortados quando eu me aproximava, a tensão que deixava todos à beira de um colapso nervoso.
Era nesse cenário que ela surgiu.
— MAS QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! — A voz de Isabella Conti Ferraz rasgou o ar como uma sirene de incêndio.
Os saltos dela ecoaram pelo mármore, cada passo carregado de fúria. Todos pararam. Os rostos voltaram-se para ela como se fosse uma presença inevitável — e era. O rosto maquiado, sempre perfeito,