Quando o amor se transforma em promessa
 LEONARDO CASSANI
Vejo Norman deitar o banco do carro, se acomodar. Sorrio — mas uma pontada no peito me rouba a paz.
Lembro dela cochilando no sofá da sala de reuniões depois do almoço.
Lembro de chegar em casa e encontrá-la dormindo no sofá, sem jantar, me esperando.
Lembro dela dormindo na banheira, o corpo rendido, o rosto cansado.
Será que está sobrecarregada?
Será que tudo o que aconteceu — Isabella, os ataques, a tensão — deixou marcas maiores do que ela quer mostrar?
Respiro fundo. O coração aperta.
Norman sempre foi força… mas até a força tem limite.
Preciso marcar um check-up pra ela. Talvez esteja com as defesas baixas, precisando repor vitaminas, energia.
Coloco uma música suave no som do carro, o tipo que ela gosta — instrumental, melancólica, mas leve — e me concentro na estrada.
As montanhas vão crescendo ao fundo, brancas no topo, escuras nas bases. O ar frio dos Alpes entra pela fresta do vidro. Penso na minha mãe, na serenidad