Quando o amor desperta em silêncio
 NORMAN PAIXÃO CASSANI
Acordei com o som leve de vozes vindas do andar de baixo.
A luz entrava pela janela, e o relógio marcava quase meio-dia.
Meu corpo parecia mais leve, mas a mente… confusa. Tinha dormido tanto?
Levantei devagar. Vesti o roupão, prendi o cabelo e fui descendo as escadas em silêncio.
A cena que encontrei lá embaixo me paralisou.
Leonardo estava deitado no sofá, a cabeça repousando no colo da mãe, rindo leve de alguma história que Navarro contava.
Aquele riso… Deus, eu nunca tinha  visto o Leo rir assim. Sem peso, sem máscara, sem o peso do nome Cassani.
Fiquei parada no meio da escada, observando.
Eles pareciam uma pintura viva: o sol filtrado pelas janelas, o ar puro, a paz.
Pensei em voltar para o quarto, para não atrapalhar.
Mas ele me viu.
Os olhos dele me encontraram de um jeito que sempre me desmonta.
— Bom dia, vida! — ele sorriu. — Descansou?
Desci os degraus um pouco sem graça.
— Oi, pessoal… desculpem. Eu… — comecei a