Quando pai e filho decidem quem vai sobreviver
DR. CARVALHO.
Eu registrei tudo, cada silêncio, cada respiração: ali se acabava a negociação — começava a guerra. E uma coisa ficou clara como a lâmina recém-embainhada que ainda respirava no salão: a batalha agora não era só por empresas. Era por sangue, por honra, por filiações que se negavam ao controle. Vittório tinha saído com um recado e uma exigência. Na mesa, restara um estilhaço que só se juntaria no barulho dos tiros.
Fechamos a noite com passos pesados, a sensação de que nenhuma cama seria mais segura, nenhuma criança mais apenas uma promessa. O Crillon voltaria ao silêncio de sempre quando as cortinas fossem. Lá fora, Paris seguiria indiferente. Aqui dentro, começava o que ninguém mais poderia frear.
AMARO CASSANI
— Noêmia, está tudo bem? —Leonardo perguntou baixo, mas firme.
Ela não me olhou. — Não sei, Leo. Esse mundo de vocês é…
Leonardo respirou fundo, a mão grande apoiada no ombro dela. — Eu sei. Mas não é diferente do