Quando a política de negócios se transforma em guerra pessoal
LEONARDO CASSANI
No hall do hotel, os olhares se voltaram para ela. Mulheres franziram o cenho. Homens a devoraram em silêncio. Norman se encolheu, tentou se portar como profissional, mas eu via: estava desconfortável.
Senti a necessidade de marcar. De deixar claro.
Peguei sua mão sem pedir licença. A pele dela tremeu sob a minha. Ela me olhou, surpresa, mas não retirou.
— Senhor… — murmurou, baixinho. — Por que está…?
— Porque você não é invisível, Norman. — respondi frio. — E eu não deixo ninguém acreditar que pode te tocar.
A cada passo, a pressão aumentava. Dentro de mim, eu só pensava em uma coisa: no jantar, diante de todos, eu mostraria ao mundo que Norman não era apenas minha secretária.
E quando esse momento chegasse, a aliança no meu bolso deixaria de ser segredo.
O relógio suíço no meu pulso marcava dezenove horas em ponto quando descemos do hotel. A noite de Monte-Carlo era um espetáculo de luzes refletindo no