Quando a beleza deixa de ser detalhe e vira arma
LEONARDO CASSANI
A suíte presidencial do Hotel de Mônaco era ampla demais, mas cada detalhe parecia pequeno diante do que eu sentia. Tapetes persas, cortinas pesadas, mármore no banheiro, vista panorâmica para o Cassino de Monte-Carlo. Luxo. Mas nada do que meus olhos tocavam me prendia. O que me prendia era Norman.
Ela andava de um lado para o outro, olhando tudo como uma criança diante de um parque de diversões. Tocava os cristais dos lustres como se fossem frágeis. Percorria a varanda, deixando os dedos deslizarem pelo corrimão dourado. Os olhos azuis brilhavam, refletindo o mar de Mônaco que cintilava ao fundo.
— Senhor, o que o senhor deseja que eu faça? — ela perguntou de repente, voltando-se para mim com aquela mistura de ansiedade e respeito. — Quer que eu prepare algo para a reunião?
Pousei o copo de uísque que segurava. Me aproximei.
— Norman, esses homens não querem discursos. Eles querem garantias. Pagam bilhões para que su