Quando o passado ainda sangra, mas o corpo já sorri.
AMARO CASSANI
Porra. Como isso é bom.
Eu não me sentia assim desde os meus vinte anos.
Desde quando Laura era o centro do meu universo — e tudo que existia fora dela era só ruído.
O sol escorria lento pelo horizonte, dourando o mar das Maldivas. O som das ondas quebrava em cadência perfeita, e pela primeira vez em muito tempo, eu sentia o corpo em paz. Me recostei na espreguiçadeira, os pés descalços, um copo de conhaque na mão. O sal no ar misturava-se ao perfume suave que ainda estava grudado em mim.
Olhei para trás e a vi.
Noêmia.
Uma loira linda, de olhos azuis como esse oceano.
Tem tudo o que eu sempre sonhei como homem. É linda, inteligente, e... na cama... caralho... só de lembrar, meu corpo inteiro se pergunta por que diabos estou aqui e não dentro dela agora.
Sorri sozinho.
Passei anos mergulhado em guerra, em sangue, em estratégia. Quando não estava matando, estava fodendo putas.
E, ainda assim, nada... nada se compara a e