MERLYA
O silêncio que Alex deixou ao sair era ensurdecedor. Foi um corte limpo, cirúrgico, exatamente como eu havia planejado. Meus pais ficaram aliviados com a minha decisão; para eles, o "caso com o fisioterapeuta" era uma distração desnecessária para minha saúde. Eles não entendiam que ele era a minha saúde.
Eu passei as primeiras duas semanas em luto, mas um luto seco, sem lágrimas. Eu havia trocado a dor emocional por uma fúria fria. Eu me convenci de que cada passo que eu desse seria uma forma de pagar o preço do meu sacrifício e de provar a Alex que eu não era fraca, não era uma "vítima" fugindo por medo.
Meu pai rapidamente contratou o Dr. Elias, um fisioterapeuta renomado de uma clínica vizinha. O Dr. Elias era o oposto de Alex: estrito, puramente profissional e totalmente desinteressado em minha vida pessoal. Ele via minhas pernas como um desafio mecânico a ser superado, não como parte de um ser humano em crise. E isso era exatamente o que eu precisava.
— A senhorita tem pot