Merlya
Meu coração parou. Lua. Ela estava muito perto da porta quando Natália invadiu a casa.
— Eu volto! Fiquem aqui! — Eu gritei, ignorando os protestos de Alex.
Corri de volta para a casa dos meus pais, a adrenalina pura me impulsionando. A vingança podia esperar; minha irmã não.
Arrombei a porta da sala. O que vi era uma cena surreal, finalizada em câmera lenta.
Natália estava no chão, lutando desesperadamente. Dois homens de branco, grandes e profissionais, a imobilizavam. Um terceiro estava ao lado dela, guardando uma seringa vazia. Natália parecia um animal encurralado, seus olhos cheios de ódio e desespero.
E, a poucos metros, minha irmã Lua estava encolhida, chorando e tremendo, mas ilesa. Ela havia sido a refém.
O choque me fez parar.
— Merlya! — Lua soluçou, correndo para mim, usando as muletas com a força do terror.
Eu a abracei, sentindo o alívio esmagador por ela estar bem.
— Eu te peguei, sua desgraçada! Eu ia matá-la! — Natália gritou, mas sua voz já estava embargada