MERLYA
Minha recuperação física avançava a passos largos com o Dr. Elias. Eu já andava com segurança, sem a bengala, e o mancar estava quase imperceptível. Mas a vitória parecia oca. Cada passo era impulsionado pela mágoa e pela amarga satisfação de saber que Alex estava seguro, à custa da minha felicidade.
A mensagem de Natália, com aquele "Obrigada por saber o seu lugar", ecoava na minha mente como um veneno. Eu havia me tornado uma peça em seu jogo cruel, e a indignação crescia em meu peito. Eu precisava desabafar, mas não podia envolver Alex.
Era uma manhã de sábado e eu me arrisquei a ir sozinha ao supermercado, algo que não fazia desde o acidente. Era um pequeno teste de independência, um sinal de que eu estava finalmente voltando à minha vida. Eu empurrava o carrinho com cautela, sentindo uma pontada de orgulho a cada corredor que atravessava sem ajuda.
Estava na seção de produtos para bebê, pegando uma fórmula infantil para uma amiga que havia acabado de ter um filho, quando o