MERLYA

O jantar que organizamos naquela noite na mansão da minha família era o oposto de uma festa grandiosa. Era uma reunião silenciosa e íntima, uma tentativa frágil de restaurar a normalidade após a alta de Lua. Estávamos apenas a família mais próxima: meus pais, Luis, Zoe, Miguel (ainda tenso e em silêncio), Lara, Alex e eu. Lua estava em sua cadeira, sua presença uma lembrança constante da nova batalha que nos esperava.

O clima estava pesado. Meu irmão Luis, estava visivelmente esgotado. Ele mal havia tocado na comida, sua mente ainda fixada na cirurgia e nos desafios da reabilitação de Lua.

— Eu não sei como vamos fazer, Lya — Luiz murmurou para mim, baixo. — É muito tempo de fisioterapia. E a nossa mãe não aguenta mais essa pressão.

Eu coloquei a mão no ombro dele, mas antes que pudesse responder, Zoe pigarreou. Era o nosso sinal.

Zoe se levantou da mesa, um pequeno sorriso nervoso nos lábios.

— Antes que todos voltem a falar sobre vértebras e fisioterapia, eu gostaria de faze