MERLYA
Dois dias depois da cirurgia, Lua finalmente recebeu alta. A paralisia temporária a prendia a uma cadeira de rodas, mas seu espírito estava mais forte do que nunca. O hospital nos havia abençoado com a verdade e com a união.
Na manhã da alta, Lua estava em seu quarto, arrumada e sorrindo, cercada por mim, Zoe (esposa de Luis e Lara (uma de nossas amigas mais próximas, que havia nos dado um apoio incrível).
O clima, apesar da cadeira de rodas de Lua, era leve.
— Pelo menos eu saí viva dessa, né? — Lua brincou, com um sorriso fraco. — E agora, Lya, você tem um motivo para não ser tão controladora: vai ter que me ensinar a andar de novo!
Nós rimos. A presença das nossas amigas e cunhada era um bálsamo.
Foi nesse momento de descontração que Zoe, que estava estranhamente quieta, pigarreou. Ela estava pálida, mas tinha um sorriso enorme e nervoso.
— Certo, meninas. Eu não aguento mais guardar isso. Eu preciso compartilhar uma coisa... uma coisa boa!
Ela se levantou e tirou um envelo