A luz do sol entrava tímida pelas frestas da janela, e o canto dos pássaros parecia anunciar um novo começo.
Demorei alguns segundos para entender onde estava.
Quando abri os olhos, vi Antônio dormindo ao meu lado, com Artur aninhado sobre o peito dele.
Aquela imagem me fez sorrir.
Os dois respiravam juntos, no mesmo ritmo, tão parecidos que era impossível não se emocionar.
Por um instante, me limitei a observar — o homem e o menino que, de alguma forma, mudaram completamente o rumo da minha vida.
Mamãe entrou no quarto em silêncio.
Parou na porta, e ao ver a cena, levou a mão ao peito, com os olhos marejados.
— Meu Deus... — sussurrou, emocionada. — Olha isso, Aurora...
— Eu sei — respondi baixinho, sorrindo. — Parece um sonho.
Ela se aproximou e ajeitou a manta sobre eles com todo o cuidado.
— Acho que não existe imagem mais bonita do que essa.
Ficamos ali por alguns minutos, sem falar mais nada, apenas admirando.
Era a primeira manhã do pequeno Artur em casa — e