Meus pais chegaram pouco depois que Lucas desligou a ligação comigo. Eu havia conseguido caminhar até em casa, mesmo com dificuldade e a visão turva. Sentei-me no sofá da sala e permaneci ali, imóvel, tentando entender o que estava sentindo. O medo me invadia, talvez pelo simples fato de estar sozinha.
O carro do meu pai parou de forma brusca na frente da casa. Eles entraram apressados e me encontraram sentada na sala.
— Filha, o que houve? — perguntou minha mãe, o olhar tomado de preocupação.
Meu pai foi até a cozinha e voltou com um copo d’água, mas minhas mãos tremiam demais para segurá-lo.
— Não sei… — murmurei, sem muita convicção.
Minha mãe lançou um olhar firme ao meu pai.
— Precisamos levá-la ao médico agora mesmo!
— Mas a médica dela é muito longe… — retrucou ele, hesitante.
— Vamos aqui mesmo, rápido! — insistiu minha mãe, já se movendo para pegar meus documentos. — Me ajude a levá-la ao carro.
Meu pai me ergueu nos braços e me carregou até o veículo, acomodando-m