Aquela luz entrando pela janela era tão linda... o Sol, como sempre, parecia me dar bom dia com delicadeza. Um brilho dourado se espalhava pelo quarto, tocando os móveis de madeira e o lençol amassado onde eu ainda me demorava.
Suspirei, sentindo o corpo pesado, como se a noite anterior tivesse sugado todas as minhas forças. Desde que terminei a faculdade e voltei para casa, minha rotina virou um turbilhão. Eu fazia de tudo um pouco — ajudava mamãe no rancho, resolvia pendências da fazenda, lidava com contas, visitas e planos que pareciam nunca acabar. Às vezes, achava que tinha me desacostumado à calmaria da vida no campo.
Já passava das nove. O canto distante de um galo ecoava, e a preguiça me abraçava feito um cobertor. Mas eu precisava levantar. Arrastei-me até o banheiro e deixei a água fria cair sobre o corpo, despertando meus sentidos. Foi então, entre uma respiração e outra, que lembrei da noite passada.
Aquele jantar... Que situação mais inusitada. As risadas sem motivo, as co