Cheguei ao avião com o coração meio apertado. Pela janela pude ver minha pequena cidade ficando maior à medida que nos aproximávamos. Depois do pouso ainda teria mais uma hora de ônibus, mas já podia enxergar de longe as casas, as árvores — o meu lugar. Aquela semana foi uma camada sobre a outra: sorri, chorei, me irritei. Como é possível sentir tanto ao mesmo tempo sem enlouquecer?
O avião aterrissou. Peguei o ônibus; alguém me buscaria no ponto para levar ao rancho. Senti falta do trabalho, mas precisava descansar — ao menos o corpo descansou; a mente continuava no 220. Quando cheguei à rodoviária, minha mãe estava lá, com um sorriso grande e uma bolsa no ombro.
— Querida, que saudades — ela disse, me envolvendo num abraço apertado. — Trouxe uns biscoitinhos que fiz. Imaginei que poderia estar com fome.
— Acertou. Estou faminta. Como andam as coisas no rancho?
— Tudo ótimo, mas aqueles homens precisam de uma mulher para colocá-los nos eixos — ela riu. — Acredita que vieram me pe