O carro seguiu em direção ao aeroporto, mas só mamãe iria embora — ela ainda não sabia.
Eu precisava continuar, investigar tudo o que estava acontecendo. Não ia deixar Marcelo me dominar à toa. Quando chegamos, respirei fundo e tentei parecer calma.
— Mamãe, faça uma boa viagem. Pegue, essa é a sua passagem. — Tirei o bilhete da bolsa e entreguei a ela.
— O que está acontecendo, Aurora Maria?! — perguntou, a voz embargada de preocupação.
— Prometo contar quando der. Mas agora preciso que confie em mim. Vou ficar e fazer o necessário pra acabar com essa palhaçada toda de uma vez. — Olhei fundo nos olhos dela, torcendo para que entendesse sem que eu precisasse explicar.
E acho que entendeu. O olhar dela ficou marejado, mas firme.
— Filha... — sussurrou — cuidado. Essas pessoas são perigosas. Quanto mais dinheiro, mais poder... e mais ganância.
— Eu sei, mãe. Mas não estou sozinha. Vai ficar tudo bem. Dou notícias.
O alto-falante anunciou o embarque. Ela me abraçou forte, e naqu