Fui até o quarto de Ana, passando alguns minutos que Lucas deixara meu quarto. Pedi o carro dela emprestado, falei que queria dar umas voltas, espantar o calor da noite. Inventei um monte de coisas, ela me emprestou desconfiada, não por não querer me entregar, mas pelo fato de não ter certeza do que eu iria fazer.

Minutos depois, eu já estava no carro, guiando pelas ruas da capital. Uma lembrança solta de conversas antigas e mensagens me levou ao endereço dele. Meu coração martelava contra as costelas, cada quilômetro aumentando a decisão: eu iria até ele. Eu derrubaria esse muro, esse limite seja lá o que fosse.

Era um prédio discreto, com poucas luzes iluminando. O porteiro não estava muito atento à portaria, então consegui entrar junto de um entregador. Subi as escadas com as pernas bambas, não tinha certeza se o local era o certo, podia dar de cara com ele ou com um desconhecido qualquer.

Antes que pudesse desistir toquei a campainha, fiquei em frente à porta estalando os dedos