Antônio estava sentado na beira da minha cama, como se fosse o lugar mais natural do mundo para ele estar.
— Tá doido? — soltei, apertando a toalha contra o corpo. — O que faz aqui? Meus pais…
— Saíram. — Interrompeu, com uma calma perigosa. O olhar dele percorreu meu corpo sem pressa, carregado de malícia, deixando-me mais quente do que o banho. — Foram buscar meu carro. Eu disse que eu mesmo resolveria, mas você conhece seu pai… e sua mãe foi junto, para dirigir o outro carro na volta.
— Ah… — respondi, sem graça, tentando me recompor. O nervosismo me impedia de raciocinar direito. Então forcei naturalidade: caminhei até o guarda-roupa como se não houvesse nada de errado, fingindo ignorar sua presença. Mas era impossível. Eu sentia os olhos dele me acompanhando a cada passo, a cada movimento da toalha rente à pele.
Quando me virei para pegar uma roupa, não tive tempo de reagir. Antônio se levantou, num só gesto firme, e me puxou pela cintura. Meu corpo foi atraído de encontro ao