Alejandro Albeniz
Voltei ao hospício no dia seguinte, precisava esclarecer essas dúvidas que cresciam dentro do meu peito como teia de aranha se alastrando por uma parede. Aquela visita ao Beto tinha deixado mais perguntas do que respostas, e eu precisava saber mais. Tinha algo se formando nas entrelinhas, algo que me escapava por um triz. E a chave estava ali, naquele lugar esquecido.
Mas, dessa vez, eu não queria ver o Beto.
A ala dos pacientes ainda exalava o mesmo cheiro agridoce de desinfetante barato e dor humana. Quando atravessei a recepção e pedi para falar com o enfermeiro, o mesmo que estava de plantão quando vim aqui anteriormente, um outro sujeito grande, cheio de músculos e sem expressão, me lançou um olhar confuso.
— Hoje o plantão é meu. — respondeu ele. — Quem te atendeu ontem foi o Marcos, ele está em outra ala agora. Posso perguntar algo? Por que quer vê-lo?
— É importante. É sobre meu irmão, Beto.
Ele fez um gesto com a cabeça, como quem dizia "entendi", e me cond