Alejandro Albeniz
— Catalina... — sussurrei, com a voz embargada pelo choque, pelo absurdo da realidade à minha frente.
Os olhos dela se abriram de imediato, arregalados, opacos pela dor e por algo que eu só poderia descrever como uma ausência de fé. Ela me olhou como se eu fosse uma miragem. Como se minha presença ali fosse mais uma brincadeira sádica da sua mente torturada.
— Você... — a voz dela era um fio quebradiço, frágil. — Você é só mais um dos meus sonhos... um sonho até que... delirante. Porque de todas as pessoas que imaginei que viriam me salvar... nenhuma era você. Seria bom demais para ser verdade...
Engoli em seco, ajoelhado ainda diante dela, com o estômago embrulhado. Era Catalina. Meu Deus, era ela! Estava ali, destruída, trancafiada como um animal doente. E mesmo assim, ainda era ela.
— Eu não sou um sonho, nem delírio. Eu estou aqui, Catalina. E eu vou te tirar daqui. — prometi, com mais força do que eu imaginava ser capaz de reunir naquele momento.
Ela balançou a