82. O legado da fênix e a fundação da esperança
A paz, Leonardo descobrira, tinha uma textura e um ritmo próprios. Não era o silêncio tenso de um esconderijo, nem a calma artificial de uma fortaleza inimiga. Era o som do vento nos ciprestes da Toscana, o zumbido das abelhas no jardim de lavanda que Sabrina plantara com tanto carinho, o eco suave de suas risadas na cozinha enquanto preparavam o jantar. Era uma paz conquistada, forjada no fogo do perigo e temperada pelas lágrimas do luto, e por isso, era infinitamente mais preciosa.
Já se passara quase um ano desde a noite apocalíptica em Zurique, desde que o império Costello se estilhaçara e o Consórcio Sombra recuara para as sombras mais profundas para lamber suas feridas. Sob a proteção discreta, mas absoluta, dos Guardiões da Verdade, Leonardo e Sabrina haviam construído uma nova vida naquela vila isolada, um santuário de pedras antigas e oliveiras prateadas. As novas identidades que o Inspetor Dubois lhes providenciara eram impecáveis, e o mundo, para todos os efeitos, acreditav