52. A sombra da serpente alpina
A ordem de Tulio Costello para eliminar a Promotora Sofia Abrantes era uma sentença fria, um teste de lealdade embrulhado na brutalidade crua do submundo. Para Leonardo, era mais um nó na garganta, mais um passo em direção a um abismo moral do qual ele temia não haver retorno. A imagem do sorriso honesto do Juiz Alencar, o homem que ele "desaparecera" para satisfazer Don Vincenzo, ainda o assombrava. Repetir o ato, desta vez com o sangue de uma mulher inocente em suas mãos, era impensável, especialmente com a lembrança da pureza e da coragem de Sabrina Rossi como um farol em sua alma conturbada.
Nos dias que se seguiram, Leonardo mergulhou numa febril atividade de vigilância, não com o intuito de encontrar a melhor forma de matar a promotora, mas de descobrir uma brecha, uma alternativa, um fio de esperança naquele emaranhado de ordens e ameaças. Beatriz, sua aliada digital, tornou-se seus olhos e ouvidos, vasculhando a vida de Sofia Abrantes, seus hábitos, suas conexões, qualquer coi