A ambulância chegou em minutos, mas para Robert, parecia uma eternidade. Ele subiu com ela, segurando sua mão o tempo inteiro, mesmo quando ela não mais reagia.
No hospital, as portas se fecharam à sua frente. Ele ficou de pé no corredor branco e gelado, coberto de sangue, as mãos sujas, o rosto sujo de lágrimas.
Horas depois, já sentado, a cabeça entre as mãos, sentiu um toque no ombro.
Era Suzy. Pálida, trêmula.
— Robert... ela vai...
Ele não respondeu. Só olhou para a porta do centro cirúrgico.
Evelyn chegou logo depois, o rosto devastado. O pai de Angie vinha atrás, quase sem respirar, e a mãe com os olhos inchados.
— O que aconteceu?! — perguntou Jorge, empurrando Robert contra a parede. — O que você FEZ?! Isso tudo é culpa sua.
— Eu... ela... Júlia apareceu. Ela estava armada. Eu não consegui impedir. Ela estava doente, Jorge. Doente.
Jorge o soltou, mas não disse mais nada. Só caminhou de volta até a cadeira e afundou ali.
O médico saiu da sala com o jaleco manchado de sangue.