O quarto ficou imediatamente menor.
A tensão era tão espessa que parecia empurrar o ar para fora, tornando cada respiração difícil.
Júlia observava os dois homens à sua frente — um com o peito arfante e os olhos cheios de desespero, o outro rígido como uma parede prestes a rachar. Ela não entendia tudo, mas sentia no fundo do estômago que estava diante de algo importante… e perigoso.
— Júlia… — Caio deu um passo à frente, a voz quebrando. — Sou eu. Você… me conhece. Ou conhecia.
Ela engoliu seco.
O nome não provocou nada. Nenhuma imagem. Nenhuma memória.
Apenas uma sensação distante, uma pressão incômoda no peito.
Daniel se colocou um pouco à frente dela, quase imperceptivelmente.
— Caio, calma — ele disse, a voz baixa, mas firme. — Você não devia ter vindo aqui desse jeito.
— “Desse jeito”? — Caio riu, nervoso. — Você me escondeu a verdade! Você me deixou acreditando que ela estava morta!
Daniel apertou o maxilar.
— Eu precisava saber se ela queria te ver antes de te trazer.
— Ela é