O quarto estava silencioso quando Daniel fechou a porta atrás de si. Júlia ajeitou-se na cama, o olhar firme, embora ainda houvesse uma fragilidade evidente ali. Ela estava pronta — ou acreditava que estava. E Daniel sabia que depois daquele momento, nada seria igual.
Ele puxou a cadeira e sentou-se ao lado dela.
Por alguns segundos, apenas a observou.
Observou o jeito como ela o encarava com confiança, sem imaginar o peso do que ele carregava.
Respirou fundo.
— Júlia… você me pediu a verdade. E eu prometi que contaria tudo. Então… é isso que vou fazer agora.
Ela assentiu com um pequeno movimento de cabeça.
— Eu quero entender — disse, calma, mas tensa.
Daniel apoiou os antebraços nos joelhos, entrelaçando as mãos.
— Vou começar falando de você e do Caio. — Sua voz tremia discretamente. — Vocês realmente se amavam. Ou… você o amava. E ele também amava você, do jeito dele. Mas o problema nunca foi o sentimento de vocês. O problema sempre foi Helena.
O nome dela fez Júlia endurecer um p