O turno termina mais tarde pois acabei entrando em uma cirurgia de emergência, estou exausta, mas meu corpo não relaxa. Mesmo exausta, não consigo parar de olhar pro relógio.
22h47.
Samuel disse que estaria aqui às 22h30. Mas mandou uma mensagem há alguns minutos:
“Pneu furou. Já tô trocando. Me espera uns minutinhos aí fora.”
Suspiro e guardo o celular no bolso do jaleco. Saio do plantão e sento no banco em frente ao hospital, ao lado do jardim. O clima tá ameno, o vento noturno batendo leve nos cabelos, mas algo no ar me inquieta. Não sei explicar.
Estico as pernas, tento respirar fundo. É só cans