A cama de ferro range levemente quando me deito, o teto do alojamento é o mesmo de sempre. Manchado, gasto. Mas hoje… tudo parece diferente.
Tiro a jaqueta e, com cuidado, puxo do bolso interno o que carrego desde que saí da casa.
A foto.
Jade com aquele sorriso que me atravessa desde a primeira vez que vi.
E ao lado dela… o menino.Ruivo. Rosto redondo, olhos vivos.Encosto os dedos no papel. Passo devagar pela imagem como se pudesse sentir a pele dele, como se pudesse tocar o tempo perdido.
A realidade bate fundo no peito.