Caminho em silêncio pelos corredores do estacionamento. O caminho até o carro parece interminável, mas eu tento manter a respiração controlada. Não posso demonstrar nada na frente do Rigel.
Abro a porta traseira, pego ele no colo e o coloco na cadeirinha.
— Pronto, meu amor — digo com a voz doce, ajustando o cinto de segurança no pequeno corpo dele. — Agora vamos pra casa.
Ele me olha com aquele sorriso inocente, os cachos bagunçados e as bochechas levemente sujas de bolo de chocolate. Meu coração aperta. Como proteger uma criança tão pura de um mundo tão cheio de segredos?
Fecho a porta traseira, dou a volta e me sento no banco do motorista. Antes de dar partida no carro, pego o celular, abro a conversa com Ayla e digito rapidamente:
"Assim que eu chegar em casa te ligo. Preciso conversar."
Respiro fundo, aperto o volante com as duas mãos e finalmente saio do estacionamento.
— E então, meu amor… como foi seu dia hoje?
Rigel sorri, balançando as perninhas na cadeirinha.
— Foi legal!