Acordo devagar, sentindo o lençol quente contra minha pele. Estico a mão sonolenta ao lado, esperando encontrar o calor do corpo de Samuel ainda ali, mas toco apenas o vazio. Meus dedos deslizam por onde ele estava, o colchão já frio.
Meu corpo desperta de vez com esse pequeno detalhe.
Me sento depressa, varrendo o quarto com os olhos. A poltrona no canto está vazia. Nenhum som de água no banheiro. O celular dele também não está em lugar nenhum, a mesinha de cabeceira está completamente limpa, como se ele tivesse feito questão de não deixar rastros.
Me levanto e caminho até o fundo do quarto, puxada por um instinto estranho. É aí que vejo.
A portinha. Aquela pequena entrada disfarçada atrás da cortina. Está entreaberta.
Me aproximo devagar, o estômago revirando. Quando olho por dentro, vejo o cofre. Fechado. Trancado.
Ele guardou o celular de novo.
Meu peito aperta como se alguém tivesse colocado peso em cima. Não entendo porquê, mas a sensação de que ainda sou uma ameaça me fere ma