Acordei antes do sol. O quarto ainda estava escuro, com só um fiapo de luz azulada entrando pela fresta da janela. A primeira coisa que senti foi o calor. O calor dela. Jade.
Ela dormia encostada no meu peito, o rosto aninhado na curva do meu pescoço como se aquele fosse o lugar mais seguro do mundo. O braço dela estava sobre meu abdômen, e sua respiração suave aquecia minha pele com um ritmo que, por um instante, me fez esquecer de tudo.
Levei um tempo pra processar que não era sonho. Que aquele corpo de verdade dormia em mim. Que o beijo da noite anterior — os dois, os três — tinha sido real. Que o pedido de desculpas saiu mesmo da minha boca, sem script, sem defesa.
E que, mesmo sem dizer nada, ela ficou.
Minha mão, ainda dormente pelo curativo e o esforço da noite anterior, escorregou devagar pelas costas dela, traçando um carinho que eu não sabia se tinha o direito de dar. Mas dei. Porque era tudo que meu corpo pedia. Porque não conseguiria não tocar nela.
O cheiro do cabelo del