Rigel finalmente adormece depois de lutar contra o sono por quase meia hora. Eu fico ali ao lado dele, acariciando seus cabelos, enquanto Samuel observa da porta do quarto com aquele olhar que mistura carinho e... cuidado. Um cuidado que, mesmo quando eu quero negar, ainda me toca.
Levanto devagar e ajeito a coberta sobre o nosso filho. Samuel se aproxima, beija a testa do menino, e então seguimos juntos, em silêncio, para o meu quarto — o nosso quarto.
Assim que entramos, ele para perto da cômoda e esfrega a nuca, meio sem jeito.
— Eu vou pegar o colchão no quarto do Rigel pra dormir no chão — diz, já dando um passo em direção à porta.
— Samuel... — chamo antes que ele saia.
Ele vira, me olhando, quase em alerta.
— Nós somos dois adultos — digo, firme, mas com a voz mais baixa. — Podemos dormir na mesma cama. Civilizadamente.
Ele me encara por alguns segundos. Aqueles olhos azuis que sempre me desarmaram ficam presos nos meus, como se procurassem alguma armadilha escondida na minh