A areia quente sob meus pés me dá aquela sensação gostosa de liberdade. O sol está forte, mas o vento vindo do mar suaviza tudo. Rigel vai correndo na frente, com o baldinho azul na mão e o chapéu quase caindo de tanto que pula.
— Devagar, filho! — grito, já rindo, mas ele nem escuta. A alegria é maior que qualquer advertência.
Samuel fecha o porta-malas e pega a bolsa térmica como se fosse a coisa mais leve do mundo. Dona Helena ajeita a canga no braço e caminha com a cadeira apoiada no ombro, toda dona de si. Eu venho um pouco atrás, com as toalhas, a bolsa grande e meu coração... meio acelerado.
Não sei se é pelo sol ou pela forma como Samuel me olha desde que saímos de casa, com aquele brilho nos olhos. Um olhar que eu tinha esquecido como era — de quem vê a gente como se a gente fosse casa.
Encontramos um canto mais tranquilo na areia, próximo do mar, e começamos a montar tudo. A toalha que escolhi tem estampa floral — comprei de última hora, só porque achei que combinava com a