— Mamãe, tô com fome! — Rigel grita, já saindo da água todo molhado, o cabelo grudado na testa.
— Vai lá com a vovó, meu amor!
Vejo os dois atravessando a areia, dona Helena se levanta, segura Samuca com a coleira presa à estaca e já estende um sanduíche para Rigel, como se tivesse previsto o momento. Meus olhos ficam neles por um segundo… e é aí que tudo acontece.
Do nada, sou levantada no ar, envolvida por braços fortes e molhados. Solto um grito, que vira risada antes mesmo de entender o que está acontecendo.
— Samuel! - reclamo, entre risos, sendo erguida no ar com facilidade. - Me solta!
— Está com medo de se molhar, patricinha? — ele provoca contra meu ouvido, a voz grave e rouca fazendo arrepiar até a espinha, é como se ele soubesse exatamente o efeito que tem em mim.
— Eu não sou mais patricinha, seu idiota!
— Então prova. — ele diz, e sem aviso, ele mergulha comigo no mar.
A água nos engole de uma vez. Mergulho, surpresa e rindo, e quando volto à superfície, arfando, sinto me