O salão de conferências do Dubai Design Nexus era puro requinte intelectual: colunas brancas, iluminação âmbar e um palco com telão imenso que exibia imagens de projetos urbanísticos futuristas. Claramente, aquele evento era uma ode à inovação — e também ao ego de seus participantes.
Clara e Talita estavam na terceira fileira, com os crachás pendendo do pescoço e os olhos atentos. Na tela, um skyline irreal surgia, e a voz ao microfone era grave, magnética, sedutora.
— E quando falamos de estruturas que desafiam o céu, não estamos apenas falando de arquitetura… mas de ousadia.
Gianluca Renaldi. Italiano. Renomado. Multipremiado. Uma lenda viva na arquitetura contemporânea. E também… um perigo ambulante em terno cinza claro, camisa preta sem gravata e um sotaque que fazia até blueprint gemer.
— Se ele pedir pra eu subir no palco, eu vou — sussurrou Talita, mordendo a ponta da caneta.
Clara riu, mas sem tirar os olhos do homem. O que era estranho. Porque o jeito como ele falava, como ca