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O apartamento de Léo estava silencioso, exceto pelo som suave do jazz instrumental que tocava num volume baixo. Era o tipo de noite em que a cidade parecia mais distante do que realmente estava.

Miguel entrou como quem já era de casa, largando a mochila no chão e afundando no sofá.

— Irmão… você precisava me ver hoje de tarde — disse ele, jogando a cabeça pra trás. — A minha peguete usual apareceu aqui, sabe? Aquela do Pilates… veia de propósito. Tinha certeza que ia ser uma rapidinha. Foi. Só que no meio do rolo, eu pensando na Talita.

Léo levantou os olhos do copo de uísque.

— Você não presta.

— Eu sei. Mas não foi só putaria. Eu tô dizendo que fiquei pensando nela, porra. Naquela noite. Naquele jeito que ela tem de parecer que tá no controle… e ao mesmo tempo implorando pra perder ele.

Léo arqueou a sobrancelha. Miguel estava mesmo atingido.

— Tá apaixonado?

— Não exagera. Tô interessado, que é pior. A paixão passa… mas o interesse exige ação. — Ele deu um sorriso de ca