19h52 – Orion Crown Residence
Leon destravou a porta da cobertura.
Entrou com passos lentos, gravata afrouxada, cabelo desalinhado das reuniões infinitas.
Mas foi só dar dois passos dentro do apartamento…
Que o cheiro bateu.
Flor amadeirada, perfume caro e pele quente.
Clara.
Ainda estava ali.
Ou melhor, ela já tinha ido.
Mas o corpo dela…
continuava impregnado nas paredes, no sofá, no lençol bagunçado da cama.
Ele largou o paletó sobre a poltrona.
Foi até o quarto.
A cama ainda aberta.
Lençol amassado.
Travesseiro com a marca da nuca dela.
Respirou fundo.
Passou a mão pelo cabelo.
Seguiu até o banheiro.
Parou.
Travou.
Riu.
No espelho, escrito em batom vermelho:
**“O império é bonito.
Mas são as rachaduras que deixam ele humano.”
— C**
E bem embaixo…
dobradinha com perfeição milimétrica:
uma calcinha preta de renda fina.
A que ela usava por baixo do jeans.
Leon mordeu o lábio inferior.
Encostou as duas mãos na pia.
Ficou ali.
Sentindo o sangue descer.
E o controle… evaporar.
— Filha d