Se você procura redenção fácil, pare aqui. Isabelle e Jorel não foram feitos para corações puros. Mas se você já teve um coração esfacelado… bem-vindo ao clube. Isabelle Abertton sempre controlou cada linha de código em sua vida, mas nada a preparou para a noite em que um erro a colocou nas garras de um chantagista. Agora, a jovem hacker genial precisa de ajuda do único homem que prometeu nunca a abandonar: Jorel Clifford, seu melhor amigo e o playboy mais irresponsável da alta sociedade. Jorel está cansado de ser o irmão invisível da família Clifford. Quando uma oportunidade de provar seu valor surge, ele a agarra... até descobrir que o preço é se casar com Isabelle. O que começa como um jogo de aparências rapidamente se transforma em uma teia de mentiras, onde cada verdade revelada é mais perigosa que a anterior. Em um mundo onde nada é o que parece, Isabelle e Jorel precisam decidir até onde vão para se protegerem. Porque a única coisa mais arriscada que a mentira que os uniu... É o sentimento que não deveriam ter. ⚠️ AVISO AO LEITOR: Esta obra contém linguagem forte (palavrões), referências a drogas lícitas e ilícitas, cenas de violência e conteúdo sexual. Recomenda-se discrição e atenção por parte de leitores sensíveis a esses temas. AVISO FINAL: Se você procura perdão, feche este livro agora. Isabelle e Jorel não vieram pra salvar ninguém — só pra provar que mesmo os anjos caídos às vezes se cansam de voar.
Leer másA T E N Ç Ã O:
NÃO RECOMENDADO PARA ALMAS QUE ACREDITAM EM FINAIS FELIZES SEM CADÁVERES EMOCIONAIS PELO CAMINHO.
* AQUI, OS MOCINHOS MENTEM. OS VILÕES TÊM MOTIVOS. E O "FELIZES PARA SEMPRE" CHEGA ENVOLVO EM FUMAÇA E VIDROS QUEBRADOS.
VOCÊ VAI TORCER POR UM FINAL DOCE? PREPARE-SE!
POV ISABELLE
Eu estava olhando o testamento que Olívia escreveu e que já estava aberto, emoldurado num quadro na parede à direita da escada flutuante.
- Isto é bem brega! – Jorel sussurrou no meu ouvido.
Dei um salto:
- Me assustou!
- Hum, você se assusta com alguma coisa?
- Claro que sim. Quem não se assusta com a sua cara feia?
- Cara feia? – ele riu, os dentes alinhados milimetricamente desenhados nos lábios enquanto sorria – Não é o que dizem por aí. Até a sua irmã sempre me achou mais bonito que o Gabe.
- Você não é mais bonito que o Gabe! – revirei os olhos, fazendo careta.
- Bem, como sabemos que você não tem bom gosto, é óbvio que sua opinião não conta. Já dormi com metade das mulheres de Noriah!
- Quer que eu aplauda? – questionei, incrédula – Isto é a coisa mais ridícula que eu já ouvi. Além de você dizer que o quadro que Gabe mandou fazer para o testamento de Olívia é brega.
- Já até decorei esta porra: “Sei que passaremos por todas as tormentas, mas no fim ficaremos juntos” – fez caras e bocas, de forma engraçada, me fazendo rir – “Você vai me quebrar, mas depois me consertar”. – Tentei segurar o riso – “Não te darei filhos, mas seremos o casal mais feliz do mundo inteiro” – fingiu choro – “Você chorará por mim e implorará pelo meu amor” – me encarou – Isto não é meio tóxico?
- E desde quando eles foram um casal saudável?
- Cara, ela conquistou o Gabe! E Gabe, para mim, sempre foi inconquistável.
- Pois então... Pelo visto todo mundo tem sua outra metade... Até Gabe Clifford.
- “Você perdoará o meu pai. E não será porque descobrirá que ele é inocente e sim porque me amará a ponto de passar por cima de tudo”. Eles deveriam ter recortado esta parte fora, afinal Ernest era culpado e Gabe não estava de um todo errado.
- Acha que Gabe recortaria um pedaço de algo que Olívia escreveu? – eu ri – Para o seu irmão isto é precioso, ou ele não teria usado uma moldura banhada a ouro.
Jorel olhou para cima:
- Uma parede de fotos deles – suspirou – Cara, eles têm problemas! Existenciais.
- E desde quando amor é um problema existencial?
- Amor? – ele riu – Desde quando isto existe?
- Não vou discutir isto com você, Jorel Clifford, o homem mais sem cérebro do planeta.
- Se eu fosse sem cérebro, não estaria deixando você ainda mais rica do que já é com as minhas ideias de games.
- Falando em jogos para games, estou torcendo para chegar segunda-feira logo. Adivinha o que vou fazer assim que o banco abrir?
- Como eu vou saber?
- Usar o meu dinheiro, oras.
- Achei que já estivesse usando.
- Claro que não! Estava usando o de Gabe e Olívia.
- E isto era ruim por acaso? Não era dinheiro de verdade? Gabe te deu um cartão black, o sonho de qualquer mulher.
- Ou homem – eu ri – Não é o seu sonho?
- Eu tenho um cartão, aprendiz de adolescente – ele apertou o meu nariz – Não é ilimitado, como o dele, mas tem dinheiro.
- Não sou mais uma aprendiz de adolescente, Jorel. Esqueceu que hoje estou fazendo 18 anos?
- Como eu esqueceria? Estou aqui para a sua festa, aprendiz de adolescente!
- Foi modo de falar... – suspirei, subindo as escadas e indo em direção ao meu quarto. Havia esquecido de botar um batom.
Fui fechar a porta e quase a bati em Jorel.
- Vai entrar no meu quarto, agora?
- Sim, preciso! – disse, entrando sem ser convidado e deitando na minha cama – Estou com algumas ideias de jogos mais femininos. Tem muitas mulheres que gostam de jogar atualmente.
- Não é atualmente, Jorel. Mulheres sempre jogaram videogame. Por acaso você também não sabia disto?
- Conheço bem as mulheres então já sei o que fazer. Vai me ajudar, não é mesmo?
- Em primeiro lugar, somos sócios. Então eu não vou lhe ajudar. Minha função é botar as suas ideias dentro do computador e fazê-las virarem um jogo. Em segundo lugar... Por que você é tão convencido?
- Eu não tenho culpa de ser um homem bonito, atraente, inteligente e rico.
Me olhei no espelho e passei o gloss nos lábios, fazendo um leve borrão enquanto ria dele.
- Esqueceu o “modesto”. Você é muito modesto, sócio!
- Sou mesmo... Até porque nunca falamos sobre o quanto eu sou legal e a ajudei a ficar rica. Pensa que poderá usar sua pomposa conta a partir de segunda-feira e que um pouquinho de mim está lá.
- Você é muito sem noção, caralho!
- Sua irmã não gosta que você fale palavrões.
- Gabe fala mais palavrões do que eu! E ela gosta.
- Mulheres gostam de homens que falam palavrões, principalmente na cama.
- Acho isto nojento.
- Nunca um homem te falou palavrões na cama?
- Que tipo de palavrões? – fiquei curiosa.
- Tipo: “Não sei se quero comer você de quatro ou no chuveiro, sua puta”.
- Eu mandaria a real para ele: Cala a boca e desce a calça calado, “lanche”!
Ele ficou me olhando, sem dizer nada. Eu ri. Finalmente o deixei sem palavras, o que era bem difícil, já que Jorel Clifford falava 24 horas por dia, 7 dias na semana, 30 dias no mês. Raramente havia silêncio entre nós dois.
- Por que você usa batom sem cor? – Perguntou, mudando de assunto.
- Porque eu gosto.
Ele virou-se de lado na minha cama e cheirou meu travesseiro:
- Você borrifa perfume no travesseiro?
- Por que eu faria isto?
- Tem seu cheiro.
- Isto é normal, já que eu durmo aí.
- Qual a sensação de fazer 18 anos e ainda ser superdotada?
Gargalhei, o vendo pegar meu travesseiro e pôr sobre o rosto, tampando a própria cara:
- Eu nunca vou deixar de ser superdotada, Jorel.
- Assim como eu? – Me olhou por debaixo do travesseiro.
- Estou me sentindo numa prisão, Olívia! Faz anos que sou uma mulher livre, com direito de ir e vir. Você e Gabe não podem me tirar isto!- Então vou mandar Gabe contratar um segurança para você.- Não preciso de babá.- Caralho, o que você está fazendo? – Rita ficou confusa, me encarando.- Ela quer chamar a atenção de Jorel. – Olívia suspirou.- Eu não quero nada com aquele idiota, de inteligência limitada e pau ilimitado. – Deixei claro.- Isabelle, não somos suas inimigas... tampouco Gabe. Os verdadeiros inimigos estão aí, à solta: Isadora Fonseca e Kaylan.Abracei minhas duas irmãs e pedi:- Por favor, só me deixem andar um pouco pela calçada e pegar um sol... sem parecer uma presidiária ou um bebê que precisa de babá. Este bairro é tranquilo e longe da área central. Os meus inimigos não me encontrarão aqui.- As seguidoras de Isadora estão em todos os lugares. Ou acha que quem mora no subúrbio não tem telefone ou redes sociais? – Rita alertou.- Por favor... – fiz sinal de prece
Olívia abriu a bota para defender Gabe, mas não dei tempo:- O tamanho do pau não tem correlação com fertilidade. Um sujeito de 10 cm pode ter espermatozoides nadando como olímpicos e um de 20 cm ser estéril que nem deserto.- Que triste! – Rita suspirou.- Se Jorel transasse com o volume de esperma que você está imaginando, ele já teria morrido desidratado aos 16 anos.Elas arregalaram os olhos, impressionadas. Sorri, com segurança de que minha aula estava dada com êxito.- Você poderia fazer um teste – Olívia sorriu – Pede para ele gozar num copo medidor. Depois manda o vídeo para nós.- Do copo?- Dele enchendo! – ela gargalhou – Eu não sei se já vi 20 cm!- Nem vai ver! Ao menos não dele! – garanti – Já roubou um beijo e foi suficiente.- Ela... está com ciúme do Jorel? – Rita estreitou os olhos, confusa.- Imagina! Ela o detesta! Por que teria ciúme? Aliás, quer que eu conte como foi o meu beijo com ele, imprensada contra a árvore? – Olívia seguiu provocando.- Quem sabe me conta
POV ISABELLEEstávamos paradas em frente ao consultório particular do doutor Guilermo Fonseca.- Você acha que consegue? – Rita perguntou para a amiga.- Rita, eu sou quase uma atriz, esqueceu? Ou acha que quem faz performance não atua também? – garantiu, piscando o olho.- Vai lá! Confio em você. Saia com respostas! – Rita abraçou-a.- Obrigada! – agradeci antes de ela entrar. A mulher me deu um sorriso gentil e se foi.- Vamos sentar ali. – Olívia apontou para um banco próximo, que ficava na calçada.Andamos até lá e ela questionou:- E se tiver câmeras de segurança e o tal médico ver que estamos aqui fora?- Olhe para este lugar – eu ri – Este homem jamais imaginaria todo o nosso plano. E ainda tentou me convencer de que não tinha horário para mim porque a agenda estava cheia. Imbecil! Como se fosse um médico renomado e todos corressem atrás da porra do seu trabalho nada ético!- Calma aí, Isa! Ainda não temos provas de que ele agiu de má fé em algum momento. – Rita o defendeu.- E
Ele me fuzilou com o olhar e virei as costas, indo com Isadora para... o quarto.Caralho, eu nunca fui um homem de negar sexo. Pelo contrário, já tinha experimentado de tudo com mulheres, inclusive fodendo três de uma vez numa única noite. E devo ter falhado uma ou duas vezes no máximo, por conta de droga ou bebida. Mas Isadora... por algum motivo estava me enjoando. Era como se eu precisasse encontrar outra boceta, outro corpo, outra boca, porque aquela já não me satisfazia mais.Me senti feliz. Finalmente eu tinha voltado a ser eu mesmo. E estava orgulhoso por ter dito dois “nãos” num mesmo dia: um para Gabe Clifford e outro para Eike Fonseca, homens conhecidos e conceituados. E que por algum motivo tinham “propostas” nada tentadoras para mim, como se quisessem me testar.Assim que chegamos no quarto, Isadora jogou-se na cama, de frente para mim, apoiando os cotovelos no colch&atild
Me dirigi para lá, temendo rever Isadora. Eu não saberia explicar a ela como tatuei o nome da minha sócia no peito, de tamanho gigantesco. Mas acho que, mesmo vendo aquilo, ela não se importaria muito. Me parecia que Isadora queria levar meu sobrenome a qualquer custo. E pouco se importava com o que acontecesse neste meio tempo entre noivado e casamento, como um aborto ou coisas do tipo.Assim que cheguei à residência dos Fonseca, percebi que tinha uma reunião ou algo do tipo, pois havia vários carros estacionados na propriedade, a grande maioria importados e de luxo.Respirei fundo e me dirigi ao interior da casa, sendo recebido pela governanta, que me levou à sala principal, onde vários homens de terno estavam reunidos.Eu era o único no recinto sem uma gravata e me senti sendo analisado por todos, como se aquilo fosse um sacrilégio.- Chegou o meu genro! – o senhor
Olhei para os lados e comecei a rir:- Por qual destas portas Isabelle sai depois que eu der a resposta?- Ela não está aqui.- Isto é uma brincadeira de mal gosto.- É pegar ou largar.- Está... vendendo-a... como Rose fez no passado, seu desgraçado! – levantei furioso e fui na sua direção, puxando-o da cadeira pelo colarinho.Gabe riu:- Vamos, eu sei que você quer as ações.- Desgraçado!- Basta dizer sim. Vai ganhar mais casando com ela do que com a Isadora.- Não é sobre dinheiro!- É sobre amor? – ele riu, ainda grudado a mim – Perfeito, se é sobre amor terminamos esta conversa aqui! Case com Isadora! E eu pagarei toda a cerimônia. E faço questão de presenteá-lo com uma casa, onde quiser, de qualquer valor.O soltei com força, ele qua
Último capítulo