- Você parece estar o tempo todo tentando compensar algo que não tem, Jorel Clifford.
- Só não lhe mostro o que eu tenho porque seria... Estranho. E... Tenho consideração por você.
- Consideração? É tão horrível assim o seu pinto?
- Eu não tenho um pinto. Eu tenho um pau... E bem grande. Consideração porque eu gosto demais de você para machucá-la.
- Com o seu pinto?
- Com o meu pau!
- Cara, você precisa abaixar o seu ego, para ele se igualar ao seu pinto.
- Pinto é bem ofensivo, aprendiz de adolescente.
- Vou reclamar para o Gabe que você está falando comigo de forma ofensiva, usando a palavra “pau”.
- Eu digo que é mentira.
- Ele sabe que não minto. Falo tudo que penso, mesmo quando não quero. É uma das minhas limitações. Agora vamos descer... Já deve estar todo mundo nos esperando.
Jorel levantou da cama e deixou meu travesseiro fora do lugar. Fui até lá e pus no lugar.
- Como estão suas notas na faculdade? – perguntei.
- Estou bem mal em programação.
- Ainda? – perguntei enquanto deixávamos o meu quarto.
- Eu não tinha visto este quadro ainda. – Ele parou olhando para parede, observando a foto emoldurada da última viagem de Gabe e Olívia para Miami.
- A intenção deles é fechar todo o corredor com as fotos das viagens deles pelo mundo. Achei legal. Para quem começou com uma foto montagem!
- Sobre a disciplina de Programação – ele me olhou – Seria bem ruim se eu reprovasse de novo.
- Como você consegue ir mal numa coisa que já estudou no semestre passado?
- Assim como você, sou superdotado e também tenho as minhas limitações.
Às vezes eu tinha dúvida se ele realmente era desprovido de cérebro ou fazia aquilo só para me irritar.
- Hum... Eu tenho uma proposta para lhe fazer.
- Vai fazer as provas para mim? Podemos vesti-la de Jorel Clifford. – Sorriu.
- Um favor por outro. Ajudo você a estudar tirar a nota máxima em programação e você me ensina a conquistar um garoto.
Ele riu:
- Como assim? Você não é superdotada?
- Não com garotos.
- Você não é... – riu - Não! – balançou a cabeça, atordoado.
- Sim, eu sou virgem. Só tenho 17 anos, Jorel. Ou melhor, estou fazendo 18 hoje. Mas se quer saber, beijei aos 12. E... Já beijei muito.
- Como quer sair com alguém se é virgem?
- Acha que todo mundo que sai com uma garota quer transar com ela?
- Claro que eu acho. Por que você sairia com uma mulher sem ser para transar?
- Ok, esqueça o que eu disse. Você não teria nada para me ensinar. Sem contar que as mulheres com as quais sai não tem nada a ver comigo. Prefiro continuar ouvindo as dicas da Garota do Podcast, em “Alice no país dos prazeres”.
- Aquele programa é ridículo.
- Como sabe? Você escuta?
- Não... Claro que não. – Suas bochechas ruborizaram.
- Então não tem como saber que é ridículo.
- Ok, eu ajudo você a conquistar o... Como vocês adolescentes dizem? Boy? Boy magia? Boy paixão?
- Eu costumo chamá-lo de Kaylan, porque este é o nome dele.
- De onde você tirou um cara com este nome? – estreitou os olhos, de forma tão incisiva que me fez fitá-lo de forma concentrada, não conseguindo desviar o foco.
- Do mesmo lugar que sua mãe tirou um Jor-El, pai de Kal-El.
- Ok, eu ajudo você. Em troca faz a prova para mim.
- Tá brincando! Claro que eu não vou no seu lugar fazer a prova. Vou ensiná-lo a programar, seu idiota.
- Eu não consigo.
- Vai conseguir. Não consegue porque não sou sua professora.
- E se você escuta o podcast “Alice no país dos prazeres”, por que não pergunta a ela como conquistar um adolescente?
- Porque é um programa para maiores de 18. E eu ainda não podia participar.
- Sabe que você não precisa comprovar a idade, não é mesmo? É tudo por telefone... Voz.
- Eu estaria burlando as regras.
- Você é estranha, aprendiz de adolescente. Mas entendo... Até porque o programa do podcast “Alice no país dos prazeres” é sexual e não sensual. E para conquistar um garoto de uns 18, como imagino que seja o seu, precisa ser “sensual”.
- Eu não acho que seja totalmente sexual. – Contestei, incerta.
- Ok, episódio 121: Os sete erros dele na cama:
Não beijar
Pular as preliminares
Não gemer
Não lavar bem o pau
Não depilar
Achar que está num filme pornô
Achar que acabou só porque já gozou.
Fiquei encarando-o antes de começar a gargalhar. Eu ri até chorar. Jorel Clifford era ouvinte do podcast “Alice no país dos prazeres”. Fiel ouvinte!
- Qual o problema? – ele perguntou de forma séria – Vou te listar os sete erros das mulheres na cama.
- Hum, estou curiosa. Vamos ver o que “eu não devo fazer” quando estiver na cama com Kaylan... – Provoquei.
- Então... 1. Ficar calada... Nenhum homem gosta de transar com uma muda. 2. Falta de atitude. Odeio mulher que fica feito uma boneca inflável esperando pelo homem. 3. Fazer comparações. O seu pau é grande! O seu pau é magnífico, o do Fulano era do tamanho de uma salsicha... E torto. Cara, estou me fodendo para os paus que ela já provou. 4. Fingir que gozou. E acredite, mulheres são especialistas nisto. E sinceramente, jamais entenderei o motivo. Estou ali para fazê-las gozarem... Mas se fingirem, é impossível eu conseguir. Qual a porra do medo de levar uma hora até que consiga chegar ao clímax?
- Tem mais? – Perguntei de forma séria, já pensando em fazer um podcast com Jorel Clifford para homens.
- O 5. Não tocar no pau. O meu pau é a parte mais erógena do corpo. É o clitóris masculino. Toque meu pau, baby... E verá o paraíso.
- Deus que me livre!