Prólogo (II)

- Você parece estar o tempo todo tentando compensar algo que não tem, Jorel Clifford.

- Só não lhe mostro o que eu tenho porque seria... Estranho. E... Tenho consideração por você.

- Consideração? É tão horrível assim o seu pinto?

- Eu não tenho um pinto. Eu tenho um pau... E bem grande. Consideração porque eu gosto demais de você para machucá-la.

- Com o seu pinto?

- Com o meu pau!

- Cara, você precisa abaixar o seu ego, para ele se igualar ao seu pinto.

- Pinto é bem ofensivo, aprendiz de adolescente.

- Vou reclamar para o Gabe que você está falando comigo de forma ofensiva, usando a palavra “pau”.

- Eu digo que é mentira.

- Ele sabe que não minto. Falo tudo que penso, mesmo quando não quero. É uma das minhas limitações. Agora vamos descer... Já deve estar todo mundo nos esperando.

Jorel levantou da cama e deixou meu travesseiro fora do lugar. Fui até lá e pus no lugar.

- Como estão suas notas na faculdade? – perguntei.

- Estou bem mal em programação.

- Ainda? – perguntei enquanto deixávamos o meu quarto.

- Eu não tinha visto este quadro ainda. – Ele parou olhando para parede, observando a foto emoldurada da última viagem de Gabe e Olívia para Miami.

- A intenção deles é fechar todo o corredor com as fotos das viagens deles pelo mundo. Achei legal. Para quem começou com uma foto montagem!

- Sobre a disciplina de Programação – ele me olhou – Seria bem ruim se eu reprovasse de novo.

- Como você consegue ir mal numa coisa que já estudou no semestre passado?

- Assim como você, sou superdotado e também tenho as minhas limitações.

Às vezes eu tinha dúvida se ele realmente era desprovido de cérebro ou fazia aquilo só para me irritar.

- Hum... Eu tenho uma proposta para lhe fazer.

- Vai fazer as provas para mim? Podemos vesti-la de Jorel Clifford. – Sorriu.

- Um favor por outro. Ajudo você a estudar tirar a nota máxima em programação e você me ensina a conquistar um garoto.

Ele riu:

- Como assim? Você não é superdotada?

- Não com garotos.

- Você não é... – riu - Não! – balançou a cabeça, atordoado.

- Sim, eu sou virgem. Só tenho 17 anos, Jorel. Ou melhor, estou fazendo 18 hoje. Mas se quer saber, beijei aos 12. E... Já beijei muito.

- Como quer sair com alguém se é virgem?

- Acha que todo mundo que sai com uma garota quer transar com ela?

- Claro que eu acho. Por que você sairia com uma mulher sem ser para transar?

- Ok, esqueça o que eu disse. Você não teria nada para me ensinar. Sem contar que as mulheres com as quais sai não tem nada a ver comigo. Prefiro continuar ouvindo as dicas da Garota do Podcast, em “Alice no país dos prazeres”.

- Aquele programa é ridículo.

- Como sabe? Você escuta?

- Não... Claro que não. – Suas bochechas ruborizaram.

- Então não tem como saber que é ridículo.

- Ok, eu ajudo você a conquistar o... Como vocês adolescentes dizem? Boy? Boy magia? Boy paixão?

- Eu costumo chamá-lo de Kaylan, porque este é o nome dele.

- De onde você tirou um cara com este nome? – estreitou os olhos, de forma tão incisiva que me fez fitá-lo de forma concentrada, não conseguindo desviar o foco.

- Do mesmo lugar que sua mãe tirou um Jor-El, pai de Kal-El.

- Ok, eu ajudo você. Em troca faz a prova para mim.

- Tá brincando! Claro que eu não vou no seu lugar fazer a prova. Vou ensiná-lo a programar, seu idiota.

- Eu não consigo.

- Vai conseguir. Não consegue porque não sou sua professora.

- E se você escuta o podcast “Alice no país dos prazeres”, por que não pergunta a ela como conquistar um adolescente?

- Porque é um programa para maiores de 18. E eu ainda não podia participar.

- Sabe que você não precisa comprovar a idade, não é mesmo? É tudo por telefone... Voz.

- Eu estaria burlando as regras.

- Você é estranha, aprendiz de adolescente. Mas entendo... Até porque o programa do podcast “Alice no país dos prazeres” é sexual e não sensual. E para conquistar um garoto de uns 18, como imagino que seja o seu, precisa ser “sensual”.

- Eu não acho que seja totalmente sexual. – Contestei, incerta.

- Ok, episódio 121: Os sete erros dele na cama:

Não beijar

Pular as preliminares

Não gemer

Não lavar bem o pau

Não depilar

Achar que está num filme pornô

Achar que acabou só porque já gozou.

Fiquei encarando-o antes de começar a gargalhar. Eu ri até chorar. Jorel Clifford era ouvinte do podcast “Alice no país dos prazeres”. Fiel ouvinte!

- Qual o problema? – ele perguntou de forma séria – Vou te listar os sete erros das mulheres na cama.

- Hum, estou curiosa. Vamos ver o que “eu não devo fazer” quando estiver na cama com Kaylan... – Provoquei.

- Então... 1. Ficar calada... Nenhum homem gosta de transar com uma muda. 2. Falta de atitude. Odeio mulher que fica feito uma boneca inflável esperando pelo homem. 3. Fazer comparações. O seu pau é grande! O seu pau é magnífico, o do Fulano era do tamanho de uma salsicha... E torto. Cara, estou me fodendo para os paus que ela já provou.  4. Fingir que gozou. E acredite, mulheres são especialistas nisto. E sinceramente, jamais entenderei o motivo. Estou ali para fazê-las gozarem... Mas se fingirem, é impossível eu conseguir. Qual a porra do medo de levar uma hora até que consiga chegar ao clímax?

- Tem mais? – Perguntei de forma séria, já pensando em fazer um podcast com Jorel Clifford para homens.

- O 5. Não tocar no pau. O meu pau é a parte mais erógena do corpo. É o clitóris masculino. Toque meu pau, baby... E verá o paraíso.

- Deus que me livre!

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App