O retorno à mansão foi silencioso, mas não era o mesmo silêncio da ida. Não havia mais tensão ou desconfiança — havia algo novo no ar, tênue como um fio de brisa entre janelas abertas. Paz. Ou o que parecia paz, por um instante raro.
Caio dirigia com uma serenidade incomum. O maxilar relaxado, os ombros menos rígidos. De vez em quando, o olhar deslizava até Luna, que permanecia quieta no banco ao lado, os olhos perdidos na estrada. Ela sorria sozinha, quase sem perceber, enquanto os dedos roçavam os próprios lábios — onde ainda sentia o gosto do beijo. O primeiro deles. E tudo o que ele carregava.
Mas paz, aprenderiam rápido, é artigo de luxo na vida de quem carrega um sobrenome como o dele.
Mal atravessaram os portões da propriedade, o celular de Caio começou a tocar sem parar. Uma, duas, dez vezes. Chamadas da assessoria, mensagens da equipe de marketing, notificações incessantes. Mas foi um número em especial que congelou sua expressão.
— É a Laura — murmurou, largando o telefone s