O envelope recebido pela manhã ainda repousava sobre a mesa, mas parecia emitir um som agudo, insuportável, como se gritasse tudo o que Caio não estava pronto para ouvir. Ele o observava como se fosse uma armadilha — e talvez fosse.
A visita do pai tinha rendido. E ele aguardava respostas.
Luna entrou na sala, ainda com o cabelo preso em um coque improvisado e um livro nas mãos. Quando viu a expressão dele, deixou tudo de lado.
— Ele voltou? — perguntou, já sabendo a resposta.
Caio assentiu devagar.
— E dessa vez... com um preço.
— O clube?
Ele apenas apontou com o queixo para o envelope.
— Proposta de compra. Assinada. Dinheiro vivo. Quer colocar meu nome como fachada, pra parecer que ainda somos uma família. Investidores adoram essas mentiras.
Luna pegou o envelope, mas não o abriu. Apenas o segurou com delicadeza, como se quisesse protegê-lo do peso que trazia.
— Você não precisa disso. Nem do dinheiro, nem da validação.
— Mas preciso do clube. Não pra jogar, não mais. Mas porque e