Diego
O som abafado da chuva caindo sobre o teto do salão parecia chorar por mim. Eu já não tinha lágrimas, mas o peito... o peito doía como se alguém o esmagasse com as mãos. Cada respiração era um esforço, cada olhar para aquele caixão fechado me rasgava um pouco mais por dentro.
Clóvis sempre foi a luz da casa. A voz que acalmava, o riso que enchia as manhãs de vida. Agora, só havia silêncio. Silêncio e o som constante das pessoas que vinham me abraçar, repetindo as mesmas palavras que já não faziam sentido.
— Ele foi um homem bom, Diego... — alguém disse, e eu apenas balancei a cabeça, tentando não gritar.
Foi. Ele foi. E isso doía mais do que qualquer ferida.
Aurora e Amélie estavam sentadas próximas ao caixão. Amélie olhava fixamente para o chão, como se o mundo tivesse parado ali. Aurora tentava ser o apoio, mas a cada soluço da irmã, ela própria se quebrava um pouco mais.
Elena, firme ao meu lado, apertava minha mão com força. Leonhart não falava. Ele apenas observava, imóvel,