Clóvis Vásquez
A madrugada chegou silenciosa, envolta em uma calma que mais parecia um presságio. O quarto estava escuro, apenas a luz azulada do monitor iluminava o ambiente, refletindo em rostos cansados e olhos marejados. Eu sentia… que estava chegando ao fim. O corpo já não obedecia como antes. O ar entrava e saía com dificuldade, e cada respiração parecia uma despedida silenciosa.
Diego estava ali, sentado ao meu lado, com as mãos entrelaçadas nas minhas. Ele não falava, apenas me observava, como se tentasse memorizar cada traço, cada movimento. Havia dor em cada linha do rosto dele — uma dor que eu gostaria de poder arrancar, mesmo que isso custasse o que me restava de forças.
— Amor… — chamei, com a voz fraca.
Ele imediatamente se inclinou, os olhos marejados, o coração batendo rápido demais.
— Estou aqui, meu amor. — Sua voz falhou. — Eu estou aqui, não vou a lugar nenhum.
Sorri de leve.
— Promete que vai cuidar das crianças… e da Lena?
Ele negou com a cabeça, as lágrimas fina