Elena Moreau
A brisa da Toscana era diferente. Mais suave, mais quente, carregada de cheiros que pareciam dançar entre o frescor das oliveiras e o perfume distante das videiras em flor. Havia algo quase sagrado no ar, como se cada sopro fosse um convite à calma. Mesmo depois de tudo, ela me dava paz.
Talvez porque, pela primeira vez em muito tempo, eu sentia que não precisava estar em alerta. Não havia olhares me julgando, nem vozes tentando me diminuir. Pela primeira vez, eu podia apenas... respirar.
Estávamos de volta à Itália havia alguns dias, e a viagem parecia ter nos lavado por dentro. Havíamos rido até doer o estômago em estradas estreitas, chorado juntos em lembranças dolorosas, cantado desafinados dentro do carro alugado até os motoristas locais nos olharem torto. Mas acima de tudo, estávamos costurando, ponto a ponto, uma nova história.
A verdade é que, com Leon, Diego e Clóvis, a vida parecia menos pesada. Era como se cada um segurasse um pedaço do fardo que antes eu carre