Depois do choque.
Depois do choro.
Depois da culpa, da náusea, da dor que rasgava de dentro…
Veio a raiva.
Não era uma raiva qualquer.
Era um ódio que me queimava viva por dentro.
Era sede de sangue.
Eu queria matar o Lucas.
Com as minhas próprias mãos.
— Isa, espera! — Gabi tentou me puxar.
— Isabela, não faz isso! — Eric correu atrás.
Mas era tarde demais.
Saí correndo da praça como um furacão desgovernado. Nem vi quem eu empurrei no caminho. As pessoas gritavam meu nome, tentavam segurar meu braço, mas eu só enxergava uma coisa na mente:
A cara dele. O rosto do desgraçado que matou a minha mãe.
Quando virei a esquina da boca principal, me deparei com o que me deu mais nojo.
Festa.
Churrasco.
Funk alto.
Droga na bandeja.
Cerveja voando.
Gente rindo.
Comemorando.
O chão girou.
Era isso.
Era essa merda que celebravam.
Dois corpos no chão e o morro batendo palma.
— FILHO DA PUTA!!!
Avancei.
Joguei um copo no chão. Virei uma mesa com tudo em cima.
Chutei o isopor das bebida